sábado, fevereiro 03, 2007

Manipular Emoções

As emoções comandam o mundo, porque comandam todas as pessoas nas acções que tomam na vida, do aspecto pessoal ao profissional. Gerir as emoções é por isso uma condição que qualquer um de nós deverá ter desenvolvido ao máximo para alcançar uma vida equilibrada.

E se gerir as nossas emoções é muito importante, mais importante ainda é conseguir gerir as dos outros. Ou falando de outra forma, mais importante ainda pode ser conseguir manipular as dos outros, no pior sentido que a palavra manipular pode conter.

Por detrás da nossa emoção pessoal, está sempre latente um sentimento de insegurança. Um sentimento que nos leva a gerir emoções de acordo com o que vamos conseguindo fazer das emoções dos outros.

Há pessoas que até estão bem consigo próprias, mas como que por instinto, sabem que amanhã já poderão não estar assim tão bem. Os amores de hoje podem não ser os amores de amanhã. O sucesso escolar ou profissional de hoje pode não ser o sucesso escolar ou profissional de amanhã. A satisfação com o que se faz pode desaparecer no dia seguinte. Durante a noite, qualquer um de nós pode de forma repentina ficar de mal com a vida.

Vai dai, há quem não hesite em gerir amizades e conhecimentos de acordo com as suas conveniências. E que tenha uma forma de gerir as suas amizades bem original, mantendo sempre aberta uma "janela de oportunidade" para uma relação mais chegada ou mais íntima.

A táctica mais usada costuma ser aproveitar qualquer situação para demonstrar à outra pessoa que não gostou desta ou daquela atitude, que devia ter agido de outra maneira, que devia ter tido maior cuidado e pensado melhor, uma vez que qualquer atitude, por mais insignificante que seja, pode pôr em causa uma grande amizade.

Manipula-se uma amizade com um comportamento que mascara em si próprio a tal possibilidade de uma maior aproximação. E muitas vezes acontecem situações em que o manipulador de emoções consegue mesmo pôr em causa toda a forma de vida e cadeia de relacionamentos da pessoa manipulada.

Tudo isto em nome de uma grande amizade, baseada no facto de o manipulador, por uma questão de insegurança, ter absoluta necessidade de manter em aberto uma lista de amizades tão frágil como um castelo de cartas.

Cabe a cada um de nós não ser tão frágil como um castelo de cartas, para que as nossas emoções sejam realmente nossas.