1 – Sem desprezar as empresas com sede e reconhecida actividade em locais mais próximos da cidade, e portanto mais conhecidas das pessoas, em Amarante existem dois pólos fundamentais para o tecido empresarial, que são a zona de Vila Meã e a zona geograficamente mais próxima da Lixa, com destaque para Freixo Cima e Figueiró Santiago.
2 – Para quem conhece de perto a realidade das empresas amarantinas, a importância destes dois pólos é bastante grande, antes de mais pela quantidade de empresas existentes, mas também pela qualidade dos produtos e serviços que são oferecidos pela maioiria delas.
3 - Com raras excepções, tratam-se de empresas pouco conhecidas e que vivem com dificuldades, mas que dão um enorme contributo para os níveis de emprego e permitem que a sociedade amarantina em geral respire um pouco melhor. São acima de tudo pequenas e médias empresas, criadas a partir da iniciativa de muitos empresários que “sofrem” da saudável doença do empreendedorismo e da vontade de triunfar por meios próprios.
4 – Muito daquilo que fazem é “exportação”, pois muito do que produzem é destinado a clientes nacionais localizados fora de Amarante. O peso das verdadeiras exportações é menor, tendo apenas um peso mais significativo no sector da construção civil relacionado com a cedência de mão de obra, produto português com enorme sucesso no mercado espanhol.
5 – A forma de apoiar o desenvolvimento de empresas como as que existem nas zonas atrás referidas e por todo o concelho, divide opiniões. Uns defendem a criação de espaços com capacidade de acolhimento de empresas, idéia essa traduzida na criação das chamadas zonas industriais ou empresariais. Outros defendem que o tipo de tecido empresarial amarantino não justifica por si só o investimento nesse tipo de infraestrutura, pelo que o caminho deverá ser o de apoiar as empresas através de políticas públicas de desenvolvimento que beneficiem o concelho em geral e as empresas em particular.
6 – Na realidade, salvo melhor opinião, não temos feito uma coisa nem outra. Ainda recentemente uma empresa amarantina levou a cabo uma acção de promoção de um empreendimento que está a construir em Penafiel. Trata-se de construção civil de alta qualidade, com forte aposta na inovação e diferenciação, num empreendimento em que cerca de 70% da energia a consumir será assegurada por energias renováveis.
7 – O poder político de Penafiel marcou presença. E marcou presença com um discurso de apoio e exemplificativo da forma como o poder político e o poder da iniciativa privada se podem complementar. Em Amarante ainda não estamos a esse nível. Ainda perdemos tempo a discutir a fórmula para apoiar a iniciativa privada sem perder de vista o bem comum, quando bem aqui ao nosso lado já há muito tempo que descobriram a pólvora.
"IM_Pressões de Direita" in Jornal de Amarante de 3 Dezembro 2009
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