1 – Olhar para tudo o que se passou em 2009 pode assustar. Não falamos de outra coisa a não ser da crise, das dificuldades de acesso ao crédito, de endividamento excessivo, de recessão económica, da queda dos mercados, do desemprego e de muitas outras questões capazes de nos deprimir de imediato.
2 – Para lá das questões económicas, o ano também foi marcado por eleições autárquicas e legislativas e, nesta parte final do ano, por um arranque tímido no que se relaciona com as próximas eleições presidenciais.
3 – Em termos económicos assistimos durante 2009 a uma ténue recuperação da confiança perdida em 2008 e a uma estabilização, embora aparentemente relativa e de pouca expressão, no que respeita aos indicadores de crescimento económico. De facto, parece que o pior já passou, restando saber se em 2010 se vai confirmar a estabilização económica, se vamos ter alguma recuperação, ou se, pelo contrário, ainda vamos sofrer alguma recaída semelhante ao que aconteceu em 2008.
4 – Como se costuma dizer muitas vezes, previsões só no final do jogo. Nem os maiores economistas mundiais arriscam grandes previsões quanto ao futuro, tal a imprevisibilidade do que poderá acontecer. Se já não tinha perdido antes, a ciência económica perdeu agora de uma vez por todas a aura que poderia ter de ciência exacta. A economia é imprevisível. E já agora, também imprevisíveis, embora pagas a peso de ouro, são as previsões dos melhores especialistas. Como tal, o melhor é esperar para ver como será 2010. Prudência é a palavra de ordem.
5 – Politicamente, quase haverá a tentação de dizer que continua tudo na mesma. O PS e Sócrates continuam no poder, tentando desesperadamente o impossível, ou seja manter a mesma política e o mesmo comportamento que tinham enquanto governavam com maioria absoluta. Como já podemos verificar pelos últimos acontecimentos, é óbvio que não continua tudo na mesma.
6 – Os socialistas terão forçosamente de adoptar uma nova atitude, que passe por um maior respeito pela Assembleia da República, porque se o Governo é eleito para governar, também é verdade que a Assembleia da Republica tem tanta legitimidade como o Governo para actuar dentro das suas competências, devidamente previstas na lei. Quem tem que se adaptar é o Governo, não a Assembleia da República. Algo para acompanhar em 2010.
7 – Também para acompanhar em 2010 será o comportamento do PS e de José Sócrates para com Cavaco Silva. As últimas semanas têm sido férteis em tiradas bastante infelizes em relação ao Presidente da República, como se os socialistas queiram comprar uma guerra sem qualquer razão visível e aparente. Realmente, o ano de 2009 tem sido muito confuso. Um bom 2010 para todos.
"IM_Pressões de Direita" in Jornal de Amarante de 7 Janeiro 2010
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