
Quando será que a memória traz consigo paz e força interior?
Pessoas, coisas, acontecimentos, olhares, frases, palavras, gestos, esquecimentos, músicas, filmes, fotografias, objectos, faces, discussões, sucessos, alegrias, tristezas, momentos marcantes, um beijo, uma paisagem, uma noite, um Natal, um impulso, um abraço, um sorriso, um sacrificio, uma ajuda, um pedido de ajuda, um amigo, uma amiga, uma confissão, uma asneira, uma vitória, uma derrota, um animal, um amor,um livro, um elogio, uma critica, um discurso, um desportista, um clube, uma bandeira, uma escola, um passeio, o mar, um jardim, uma igreja, um jantar, uma viagem, uma prenda, um museu, um professor, uma aula, um espaço, a familia.
Tudo faz memória e recordar um pedaço de nós. Mesmo quando há lembranças que pensamos bem afastadas, de um momento para o outro até o mais pequeno pormenor nos traz ao pensamento memórias apagadas.
Será que alguém, ao escrever as suas memórias ao fim de muitos anos, o faz sempre com alegria, saudade genuína do passado e com um sorriso nos lábios? Será que alguém o faz sem conseguir não chorar?
Será que alguém consegue mesmo medir a forma como os acontecimentos do passado e as memórias que deles se guardam, moldaram a sua personalidade? Até mesmo quando pensamos que foram insignificantes?
Será que apenas ao fim de muito tempo conseguimos lidar com a memória do passado sem querermos voltar atrás no tempo? Será que a memória é dona de cada um de nós?
Como podem memórias difíceis deixarem saudade? E memórias de coisas que sempre nos acarinharam não nos tocarem quando chegam de novo? Será que olhamos para trás apenas da nossa maneira, confundindo memórias passadas com o que vimos no presente?
Será que as memórias não mudam nunca? Será indiferente encontrar de novo uma pessoa ao fim de muitos anos ou apenas ao fim de algumas semanas?
Será que as memórias dependem do ponto de vista de cada um? Da forma como somos felizes no presente?
Será possível substituir memórias?