terça-feira, novembro 17, 2009

Resultado Final

1O resultado das eleições autárquicas em Amarante ficou verdadeiramente completo no passado dia 30 de Outubro, quando se procedeu à instalação da nova Assembleia Municipal, tendo o Dr. Pedro Cunha, em representação do PSD, assumido a presidência daquele órgão.

2 Com o PS em maioria na Câmara Municipal e o PSD na liderança da Assembleia Municipal, Amarante conhece um equilibro de forças que não se verificava há vários anos. Mais do que um simples resultado eleitoral, o dia 11 de Outubro deu aos dois principais partidos amarantinos uma responsabilidade acrescida, porque desta vez não foi apenas um partido a ganhar.

3É certo que o PS foi o principal vencedor. No entanto, o resultado do PSD para a Câmara Municipal não envergonha o partido, apesar de não ser o desejado. Por outro lado, fruto da bipolarização registada e do facto de ter ganho a maioria das juntas de freguesia, o PSD controla a Assembleia Municipal. O dia 11 de Outubro criou assim um novo equilíbrio na política amarantina, que será curioso acompanhar de perto.

4Será curioso verificar como vai o PS lidar com a situação, no último mandato de Armindo Abreu e numa fase de mudanças significativas nos socialistas de Amarante, ligadas a um processo natural, mas sempre polémico, de escolha do próximo líder. Será curioso verificar como vai o PSD lidar com a vantagem que possui na Assembleia Municipal e que lhe poderá permitir ter uma voz activa e determinante em Amarante, como nunca teve ao longo dos últimos anos.

5Independentemente das consequências práticas, os números finais da votação de 11 de Outubro não deixam de ser curiosos. A bipolarização foi quase total. Se à direita era normal que assim fosse, porque o CDS há muito que deixou de ser visível em Amarante, à esquerda foi mais surpreendente a concentração de votos no PS, resultado de um inesperado apagamento do BE, que alcançou um resultado decepcionante.

6Por outro lado, o PSD, apesar de ter alcançado um resultado de registo em termos de número de votos, não conseguiu chegar perto dos cerca de 19.000 votos que Luis Ramos e Ferreira Torres somaram em 2005. Do outro lado, depois de em 2005 ter aumentado o número de votos face a 2001, em 2009 o PS aumentou o número de votos face a 2005, faltando saber se este aumento se deve a Armindo Abreu ou ao próprio Partido Socialista.

7 – Neste enquadramento, o novo equilíbrio de forças entre Câmara Municipal e Assembleia Municipal assume ainda mais importância, porque obriga ambos os partidos a estarem constantemente em alerta e com os seus eleitos e militantes mobilizados. O caminho até 2013 é muito longo, mas independentemente dos protagonistas nessa altura, os dados começam a ser lançados desde já. Há um novo resultado final a caminho.

 

"IM_Pressões de Direita" in Jornal de Amarante de 5 Novembro 2009

terça-feira, novembro 03, 2009

Liquidação Antecipada

1Em todos os aspectos da nossa vida, os momentos em que assumimos responsabilidades futuras são os mais importantes. Particularmente no aspecto financeiro, o momento em que contratamos um crédito pessoal ou um crédito habitação deverá ser uma altura de reflexão sobre a nossa capacidade financeira actual, conjugada com os projectos futuros de cada um.

2 Não é novidade que as decisões financeiras devem ser tomadas tendo em consideração os restantes aspectos da vida pessoal e profissional de cada pessoa, porque estamos na presença de uma esfera da nossa vida que influencia tudo o resto. Por isso, quando precisamos de um empréstimo, antes da preocupação com o valor da prestação, com a taxa de juro ou com os custos associados, devemos pensar sobre a necessidade real do endividamento.

3Por outro lado, é fundamental reflectir sobre o encargo com a prestação ao longo do tempo, assegurando que esse encargo está enquadrado na nossa actual capacidade financeira, pois só assim estaremos minimamente salvaguardados no futuro, o máximo possível a salvo de qualquer imponderável.

4De entre os vários tipos de crédito, o crédito habitação assume especial importância. Em resultado da crise, foi no crédito habitação que mais cresceu o crédito mal parado. Mas, fruto da redução das taxas de juro de referência, é também no crédito habitação que se registam casos de várias famílias que viram os seus encargos mensais reduzidos de forma significativa, gerando até capacidade de poupança adicional ou outrora inexistente.

5Obviamente, estamos na presença de pessoas para quem o encargo mensal com o empréstimo foi contraído de forma equilibrada e sustentada. E agora, que beneficiam de alguma folga no orçamento, são estas mesmas famílias que começam a considerar a hipótese de liquidar antecipadamente os seus empréstimos, precavendo o futuro, que irá trazer novos aumentos na taxa de juro de referência e por consequência nas prestações.

6Falta agora saber se a opção pela liquidação antecipada dos empréstimos será a correcta, principalmente numa fase de taxas de juro em mínimos históricos que permitem que cada prestação paga signifique, de facto, uma amortização do capital em divida muito mais significativa do que anteriormente. Aqueles que agora vivem com encargos financeiros que lhe permitem ter capacidade de poupança, deverão pensar no cenário que preferem para um futuro próximo de regresso anunciado das subidas de taxas de juro.

7 – Deverão ponderar esgotar desde já as suas poupanças, liquidando empréstimos numa fase de taxas de juro extremamente baixas ou, em alternativa, deverão ponderar esperar para ver, resguardando capacidade de decisão e capacidade financeira para um novo enquadramento económico, a surgir provavelmente durante o ano de 2010.

 

"IM_Pressões de Direita" in Jornal de Amarante de 22 Outubro 2009